Dia do psicólogo, 27 de agosto. Data não de celebrar a existência desses profissionais, mas sim de pensar na psicologia, levar adiante esse conhecimento ainda muito novo. Dia do psicólogo, dia de repensar o fazer clínico, dia de conscientizar e lembrar a sociedade de que às vezes é bom ter um acompanhamento terapêutico.
É uma data para lembrarmos que o psicólogo é um profissional que não dá conselhos, não julga, nem faz milagre. Seu trabalho é acolher, escutar esse Outro, é ser amparo quando necessário, questionar hábitos e crenças, é apostar na potencialidade que cada ser humano tem para fazer mudanças. Ser psicólogo é acompanhar o sujeito em seu sofrimento, é dar suporte quando preciso, mas também dar-lhe espaço para que tome suas próprias decisões, para que resgate sua autonomia, descubra suas potencialidades.
Dia do psicólogo, que dia… profissão tão nova, ainda tão criticada e incompreendida, natural, nós geralmente temos resistência ao que é novo. É dia de repensar, de perceber-se (não apenas os psicólogos), olhar para si e suas dificuldades, seus afetos, desejos e interrupções. Interrupções sim, somos (de modo geral) experts em interromper nosso desejo e evitar olhar para onde dói. Colocamos uma máscara, uma venda, construímos um muro, vestimos uma armadura (são apenas metáforas), para não entrarmos em contato conosco mesmos, claro que não fazemos isso de propósito, afinal, buscamos estar bem. A questão não é pensar por que agimos assim, mas acolher essa forma de ser e dialogar com isso, traçando novos hábitos e formas mais saudáveis de (con)viver com as adversidades que surgem na vida.
É dia de alertar para a importância de questionar se criamos essas barreiras, como isso afeta nossa vida e nossas relações (ou a falta delas). Dia de perceber como temos nos tratado, o que temos priorizado. A terapia não é lugar apenas para quem é ‘louco’ (seja lá qual for o significado dessa palavra), é lugar do ser humano. É espaço para olhar para si, sabendo que haverá alguém para acompanhá-lo nessa jornada que muitas vezes será dolorosa.
O processo clínico não será sempre prazeroso, haverão dias de grande alívio, outros angustiantes e ansiogênicos, entrar em contato com o desconhecido pode trazer muitas coisas novas a tona, dores, medos, desejos, amores. Pode ser difícil, assim como pode ser muitas vezes, libertador. Perceber e entender nossas formas de lidar com nossos afetos, com nossas relações, dificuldades e dores pode ser algo inovador. Podemos criar uma forma mais saudável de nos relacionarmos com o mundo a partir disso, resgatar nossa autonomia, sermos responsáveis por nossa vida, desprender-nos de antigas amarras que nos impediam de seguir adiante.
Dia do psicólogo, dia de reflexão, de encontro consigo. Esse encontro e contato consigo é algo direcionado a todas as pessoas, sejam elas psicólogas, amantes da psicologia, ou não, é um texto para pessoas, sejam elas quem forem!
Para saber mais sobre o processo clínico e como ele pode acontecer (sim, pois não há um único jeito de ser), acesse o outro artigo que fala sobre Benefícios da Terapia.