Complexo de Inferioridade
O complexo de inferioridade não é um diagnóstico nem síndrome, apenas uma forma de auto percepção. Esse complexo de inferioridade pode acontecer por diversos motivos, pois somos seres amplos e não pré determinados, por isso não há um único motivo possível. Todos nós temos uma história de vida que é única, temos experiências e aprendizados particulares, logo, somos pessoas únicas, dotadas de subjetividade, ou seja, o modo singular como percebemos e vivemos. Partindo deste contexto, fazer comparações de quem somos com outras pessoas é algo tanto quanto injusto. Tendo em vista que cada um teve suas vivências particulares, fazer comparações é algo inviável, nunca seremos iguais.
Crescemos envoltos por uma sociedade que nos conduz a um padrão, um padrão de homem, de mulher (geralmente dentro do padrão heteronormativo, o que já é excludente), modelo de pessoa bem-sucedida, o corpo perfeito etc. As redes sociais colaboraram para esse movimento de comparação. Mas ao fazer isso nós podemos nos sentir inferiores e diminuídos, pois imaginamos que “a grama do vizinho é mais verde”, e isso colabora para construirmos um complexo de inferioridade. Com isso passamos a nos relacionarmos conosco e com os outros de forma insegura, sempre desconfiados do que fazemos ou deixamos de fazer, desacreditados da nossa potencialidade de ser, de viver e de transformar.
Esse sentimento de ser inferior, de criar um complexo de inferioridade, é algo que impacta diretamente na nossa autoestima e nas nossas relações, qual o tipo de relacionamento que formamos com as pessoas. Podemos identificá-lo quando fazemos comparações excessivas com os outros, quando duvidamos do nosso potencial ou quando exigimos muito de nós mesmos, de modo que qualquer coisa que fazemos deve estar perfeita, neste caso errar não é uma opção. Ao perceber é importante fazer uma reflexão do porquê é tão difícil se permitir errar e por que o que o outro diz ou faz tem mais valor. O processo terapêutico pode auxiliar muito neste caminho, proporcionando um espaço de escuta onde podemos compreender e elaborar novas formas de percepção, influenciando diretamente na forma como nos relacionamos conosco e com as demais pessoas.